amigos,
Quero desejar a todos um ótimo natal e um excelente 2013, cheio de realizações. O Dicas de Bar já está em recesso há alguns meses para voltar em 2013 com novidades e um novo layout.
Aguarde
22 de dezembro de 2012
23 de agosto de 2012
Kir Royale
Um herói da segunda guerra
mundial, um vinho branco, Cassis,
muita política e mais um coquetel inesquecível e clássico.
Félix Kir foi um padre
francês que se tornou herói por sua ajuda na Resistência Francesa, durante a
segunda guerra mundial e anos depois prefeito da cidade de Dijon onde criou um
aperitivo para promover dois produtos vitais para a economia da pequena, o
vinho branco local, feito a partir da uva Aligoté (extremamente ácido e seco). E também do licor de Cassis, que uma fruta típica europeia, também conhecida como
groselha negra, raramente consumida in
natura, mas sempre em doces, licores, xaropes, etc.
Félix era muito famoso na
região e sempre recebia comitivas políticas e antes dos almoços servia o vinho
branco local com uma pequena dose de licor de cassis, para quebrar a forte acidez do vinho e mostrar uma forma de
usar o “crème de Cassis”.
Logo o Kir ficou conhecido
entre muitas cidades próximas a Dijon e dali para o mundo foi um pequeno passo.
Afinal estamos numa época mais atual final dos anos 1950, já existiam meios de
comunicação mais avançados, era o começo da globalização e todos viajavam
muito, seja a passeio ou a trabalho e França era, e ainda é, um dos destinos
mais escolhidos.
Félix apresentava o coquetel
com o nome de Blanc-Cassis, mas quem
tomava e queria que outros bartenders
reproduzissem a receita se referiam ao coquetel, como a bebida de Kir.
Trocaram o vinho branco por Champagne, para elevar a bebida à status de bebida da realeza, usado
somente em datas especiais, devido ao alto preço do Champagne, assim renomeando o coquetel como Kir Royale.
Santé
90ml de Champagne
10ml de Licor de Cassis
Em uma taça Flute,
previamente gelada, coloque o Licor de Cassis e em seguida o Champagne
delicadamente, mexa suavemente. Sirva a seguir.
1 de abril de 2012
Porto Flip
Dando continuidade ao projeto de parcerias que inicei em 2011, quando convidei a minha amiga Helen Basso para escrever sobre cocktails, volto agora um pouco mais de um ano com este projeto e espero sempre ter visitas ilustres escrevendo aqui.
Hoje quem nos escreve está do outro lado do Oceano é o meu amigo português Francisco Guerreiro, que é mixologista de grande renome nas terras do vira vira. Em breve ele voltará para nos contar sobre um aguardente feito com um fruto típico de Portugal.Sem mais delongas...
Porto Flip
Boa tarde Rafael Rodrigues, um forte abraço de Portugal. Por motivos pessoais e profissionais só agora me foi possível em enviar a minha proposta para Dicas do Bar. Assim junto envio um “Cocktail” Clássico o “Porto Flip”, sendo que o mesmo relaciona-se com o Vinho do Porto, um dos maiores “Embaixadores” de Portugal no mundo, produzido na Região do Douro, atualmente considerada património da Humanidade.
A minha escolha vai para o Clássico Port Flip. O Porto Flip é uma composição de bar clássica, que remonta antes do século 19.
Porto Flip
6 cl Porto Tawny
1 cl Aguardente Velha Fim de Seculo
1 Gema de Ovo
1 Colher a Chá de Açúcar
Preparado no Boston Shaker; adicionar os ingredientes, bater vigorosamente. Efetuar um Double Strain vertendo suavemente para um copo a Porto o tipo Flip.
Decoração: Noz-moscada no topo ou canela
De salientar que Jerry Thomas no seu livro "How to mix drinks," de 1862 foi um dos primeiros a dar dicas, que ainda hoje caracterizam os “Flips”, bem como, as técnicas para o confecionar este “cocktail”, sendo também um dos primeiros a adicionar ovos para a lista de ingredientes, O Porto Flip continua a ser deliciosamente desfrutada por muitos amantes desta composição fortificante.
O Vinho Generoso Porto, produzido na Região Demarcada do Douro, a mais antiga do mundo, demarcada por Marquês de Pombal no ano de 1756, atualmente classificada pela UNESCO, em 14 de Dezembro de 2001, como Património da Humanidade, na categoria de paisagem cultural e rodeada de montanhas que lhe dão características mesológicas e climáticas particulares, usado para preparar este “cocktail” transmite notas destintas no aroma e sabor, transforma-o num néctar distintamente adorável.
O Vinho Porto Tawny da Real Companhia Velha foi o meu eleito para preparar o Porto Flip, pelo facto de esta ser a primeira “Cave” a receber a distinção por Alvará Régio aos 10 dias de Setembro de 1756, de El-Rei D. José I, sob os auspícios do seu Primeiro-Ministro, Sebastião José de Carvalho e Mello, (Marquês de Pombal) quando foi instituída a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto-Douro, também denominada Real Companhia Velha. Formada pelos "principais lavradores do Alto-Douro, à Companhia foi confiada a missão de sustentar a cultura das vinhas, conservar a produção delas na sua pureza natural, em benefício da Lavoura, do Comércio e de Saúde Pública".
A minha preferência pelo Vinho do Porto Tawny que é vinho tinto, deve-se às suas características distintas, sendo os mesmos sujeitos a apenas envelhecem dois a três anos nos balseiros, passando depois para as pipas de 550 litros. Estas permitem um mais elevado contacto do vinho com a madeira e daí com o ar. Assim os Tawny respiram mais, oxidando e envelhecendo rapidamente. Devido à elevada oxidação os Tawny perdem a cor inicial dos vinhos tintos, ganhando tons mais claros como o âmbar, e sabores a frutos secos como as nozes ou as amêndoas. Com a idade os Tawny ganham ainda mais complexidade aromática, enriquecendo os aromas de frutos secos e adquirindo aromas de madeira, tostado, café, chocolate, mel, entre outros.
Espero ir ao encontro das expectativas, fico ao dispor para qualquer esclarecimento adicional.
Um abraço.
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